quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

PM acusado de matar juíza é condenado a 21 anos de prisão

O cabo da PM Sergio Costa Junior foi condenado por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha. Ele deu detalhes de como matou Patricia Acioli, em agosto do ano passado.

Foi condenado na terça-feira (4), no Rio, um dos PMs acusados de matar a juíza Patrícia Acioli.
Depois de quase 12 horas de audiência, a Justiça condenou o cabo da PM Sergio Costa Junior por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha. “Somando-se as penas aplicadas de 18 anos mais 3 anos, chega-se à pena final e definitiva de 21 anos de reclusão”, disse o juiz.
Diante dos jurados, o policial deu detalhes de como matou a juíza Patricia Acioli, em agosto do ano passado. “Foram três tiros com a 45. A outra cabia 11, mais 1, 12”, conta.
Sem esboçar emoção, o cabo disse que se arrependia, mas não sentia remorso. “Não tenho remorso, tenho arrependimento, muito arrependimento”, disse.
A Justiça levou em consideração a ajuda do réu com informações sobre o crime. E também por ter feito uma confissão espontânea.
Mesmo assim, a redução pela delação premiada foi a menor possível, com a diminuição de um terço da pena. Por causa disso, o julgamento do cabo foi separado dos outros acusados.
A juíza Patricia Acioli combatia grupos de extermínio de São Gonçalo. Foi assassinada, em agosto do ano passado, por policiais militares do batalhão da cidade.
O tenente Daniel Benitez e o comandante do Batalhão, coronel Claudio Luiz de Oliveira, também estão presos. O coronel Claudio é apontado pelo Ministério Público como o mandante do crime.
“Eu acho que é uma condenação correta. Ela é exemplar porque inaugura um processo que tem 11 acusados”, afirmou Técio Lins e Silva, advogado da família.
A defesa recorreu da decisão. “Vou tentar a redução máxima da delação e a diminuição máxima”, falou Jorge Mesquita, defensor público.
A mãe da juíza, Dona Marli, de 76 anos, ficou muito emocionada com o veredito e saiu amparada por parentes.
A família pediu ainda mais rigor na condenação dos outros 10 réus. “A família espera a pena máxima. Eu acho que não deveria ser só a família, deveria ser toda a sociedade brasileira”, lamenta a irmã da juíza, Simone Acioli.
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