sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Boletim especial 30 anos ADUFF

De:
ADUFF-S.Sind. Adicionar contato cadastro@aduff.org.br

Para:

Assunto:

Boletim especial 30 anos ADUFF

Data:

07/11/2008 10:37

ADUFF -- Boletim Eletrônico --



ADUFF - SSind

Boletim Eletrônico da ADUFF

Gestão Autônoma, Democrática e de Luta - Biênio 2008/2010 Ano 7 06/11/2008


ADUFF: 30 anos de luta!

No dia 10 de outubro de 2008, a ADUFF completou 30 anos. Nossa associação já nasceu forte porque foi fundada em plena Ditadura Militar e em plena luta pela democratização do país. No rastilho do conflito dessas lutas, outras associações também foram construídas em todo território nacional, nas universidades federais, estaduais e particulares. O que nos movia? O desejo de liberdade, de melhores condições de trabalho, a defesa irredutível do ensino público e gratuito e contra a privatização da educação. Nos moviam esses princípios e as flores porque nascemos em plena primavera.

Um ano depois, a realidade exigia articular as lutas nacionalmente e fizemos o I Enad (Encontro Nacional de Associações de Docentes), ao qual sucederiam outros, até a realização, em fevereiro de 1981, em Campinas (SP), do I Congresso Nacional de Docentes Universitários. Trezentos delegados, entre eles os da ADUFF, representando mais de 70 ADs, participaram do Congresso histórico em que foi fundada a Andes - Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior. Com a promulgação da Constituição Federal de 88, a Andes pôde, finalmente, transformar-se no Sindicato Nacional, o ANDES-SN. Nosso sindicato rompeu com a estrutura sindical autoritária implantada no Brasil na década de 30 e se consolidou pela organização de base nos locais de trabalho, pela democracia interna fundada no respeito às deliberações da base da categoria e defesa intransigente do princípio da autonomia sindical em relação às instituições universitárias, aos partidos políticos, credos e governantes.

Além disso, o sindicato, assim como as ADs é mantido pela contribuição voluntária de seus sindicalizados: somos contrários ao imposto sindical compulsório. Fomos nos constituindo como entidade, na luta e junto com o ANDES-SN. Em 1986, para ampliar o espaço das lutas em defesa dos interesses e conquistas da categoria e após intenso processo de mobilização, deixamos de ser associação e nos transformamos em seção sindical do ANDES-SN.

Em sua trajetória de luta em defesa da universidade pública, a ADUFF sempre entendeu que as reivindicações mais imediatas dos professores também dizem respeito às lutas mais gerais da maioria da população, daí seu histórico de envolvimento com as grandes mobilizações nacionais como a Campanha das Diretas, contra as privatizações e a terceirização dos serviços públicos, pela reforma agrária, contra a criminalização dos movimentos sociais e da pobreza, entre outras tantas.

A partir dos anos 90, experimentamos dificuldades de mobilização idênticas aos movimentos sociais que não se dobraram à ordem, tanto em âmbito local quanto internacional. No Governo Lula, esta situação se agrava ainda mais com a transformação da CUT em um verdadeiro braço do governo no movimento sindical. O resultado de todo esse processo é que hoje o movimento sindical combativo se vê forçado a intensificar sua presença junto à categoria para reafirmar a importância do sindicato e da luta sindical como espaço privilegiado de resistência e defesa de direitos dos trabalhadores. Isto se deve, em grande medida, a dois fatores: a cooptação de parte expressiva do movimento pelo governo e a lógica de criminalização do movimento sindical combativo.

Nesse quadro de adversidade a ADUFF, por se manter fiel aos princípios que a orientam desde sua fundação, ainda consegue manter alto grau de representatividade junto à base da categoria, mesmo em meio a todos os ataques protagonizados pelo Governo Lula aos sindicatos combativos. A vitoriosa greve de 2005 é um exemplo recente dessa legitimidade junto à sua base, da mesma forma que seu posicionamento quanto à contra-reforma universitária do governo, especialmente nas lutas da ADUFF por ocasião do debate do REUNI.

Em 2007, a luta contra o REUNI fez com que o sindicato conseguisse movimentar um grupo importante de professores comprometidos com a defesa da universidade pública. Esse movimento permitiu ao sindicato dialogar com a categoria sobre seu projeto de universidade e após visitas da direção da Aduff a várias unidades, inclusive do interior, cerca de quinze colegiados se manifestaram contrariamente à adesão da UFF ao REUNI. Como sabemos, e a exemplo do que aconteceu na UFF, no país inteiro foi preciso o uso da repressão, da força, para que o termo de adesão fosse assinado. Mesmo após a adesão da universidade ao REUNI, a ADUFF segue apontando os problemas que virão com a implementação do decreto. Conforme nossa seção sindical já alertava desde o ano passado, a expansão da universidade tem sido marcada pela lógica da fragmentação. Para além disso, os recursos humanos e materiais de que a UFF disporá para fazer a expansão com que se comprometeu são claramente insuficientes.


Então o que comemorar?

Diante de uma história de trinta anos pontuada por tantas lutas importantes, certamente há muito a comemorar na ADUFF. No entanto, o momento por que passa o sindicato não poderia ser negligenciado nas comemorações de nossos trinta anos de existência. No plano nacional, os ataques ao ANDES-SN por parte do governo a seu registro sindical afeta diretamente o conjunto de suas seções sindicais, inclusive, no que diz respeito às consignações voluntárias na folha de pagamento dos professores.Essa situação significa para ADUFF, como informamos na última assembléia e em nosso boletim eletrônico, uma grave crise financeira em função da queda de cerca de 40% na arrecadação mensal do sindicato pelo não desconto da GTMS que substituiu a GED.

Isso significa que o que está em jogo neste momento é a própria sobrevivência do nosso sindicato enquanto instrumento de luta da categoria docente. Embora estejamos movendo todas as ações necessárias para enfrentar o problema, sabemos, entretanto, que a resposta não pode ser dada apenas nos planos jurídico e administrativo. É preciso que a categoria, conhecendo a situação, crie as condições para uma resposta política mais incisiva. Para garantir nossos direitos, só podemos contar com nossas próprias forças.

Aprendemos com Goethe que só merecem a liberdade e a luta aqueles que lutam por elas todos os dias. É na luta, portanto, pelo seu mais legítimo direito de EXISTIR que a ADUFF comemora seus 30 anos. Vida longa à ADUFF e ao ANDES-SN!

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