Equipamentos de veículo que caiu da Ponte ajudam a explicar milagre
- Airbag evitou impactos na cabeça e tórax, e cinto manteve motorista lúcida até cair na água
RIO — Milagres acontecem, mas, no caso de Marina Pinto Borges — que caiu com o carro da Ponte Rio-Niterói na segunda-feira — qualquer ajuda suprema teve a colaboração de uma dupla eficaz: cinto de segurança e airbag. Só os dois dispositivos explicam como a motorista saiu com poucas lesões de seu Renault Sandero após capotar sete vezes e despencar de uma altura de 50 metros na Baía de Guanabara.
Os airbags frontais são acionados em milésimos de segundo após sensores detectarem uma desaceleração brusca do veículo — como numa colisão forte de frente. Momentaneamente infladas, as bolsas de ar amortecem o corpo do condutor e do passageiro da frente, evitando impactos da cabeça e do tórax contra o volante, o painel e o para-brisa. Logo após elas se esvaziam. Ou seja, o airbag só protegeu Marina no impacto inicial.
A partir de então, foi o cinto de segurança que, literalmente, segurou a motorista e a manteve viva. Sem o cinto, Marina teria ricocheteado dentro do Sandero durante as sete capotagens e a queda, ou poderia ter sido atirada para fora do automóvel. Protegida pelo cinto, ela não bateu a cabeça e se manteve lúcida quando o carro caiu na água. Graças a isso, pôde desatar a fivela e sair do automóvel antes que este afundasse.
No entanto, em 2012 o Sandero não se saiu bem em um teste de impacto feito pelo Latin NCAP (órgão independente que avalia a segurança dos carros na América Latina). O teste apontou deformações indesejadas e “desempenho instável da carroceria”. Das cinco estrelas possíveis, o carro só ganhou uma. O exemplar testado, porém, não tinha airbags, então opcionais.
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Noni: a planta que cura 27 enfermidades
A planta chegou à Universidade Federal do Piauí há quatro anos e vem sendo alvo de diversos estudos
Vez por outra, uma planta aparece no cenário nacional com a promessa de curar vários tipos de doenças. Em alguns casos, a fama é comprovada, em outros, os efeitos colaterais acabam por desmistificar o uso exagerado. Há algum tempo, os piauienses conheceram uma planta comum do Taiti, chamada popularmente de Noni. Muitos pesquisadores estão estudando os efeitos de seu fruto e já comprovaram, com 75% de eficiência, os efeitos positivos para a cura de 27 enfermidades.
A planta chegou à Universidade Federal do Piauí há quatro anos e vem sendo alvo de diversos estudos. O fruto noni, que lembra uma graviola ou fruta do conde, é transformado em suco e misturado com suco de uva ou goiaba, em proporções já estabelecidas. O suco combate, entre outras doenças, artrite, artrose, reumatismo, diabetes tipo 1 e 2, dores de cabeça, impotência sexual, perda de peso e hipertensão. A planta pode chegar a três metros de altura e produz durante o ano inteiro.
O professor do curso de Agronomia e coordenador do Núcleo de Plantas Aromáticas e Medicinais da UFPI, Francisco Rodrigues Leal, diz que o noni já tem seu espaço garantido na Fitoterapia. “É uma fruta com um sabor e um cheiro diferentes que, aos poucos, a gente se acostuma. No seu país de origem, a fruta é largamente consumida in natura, como nós comemos a goiaba aqui”, comentou o professor.
De acordo com informações de Francisco Leal, o noni funciona porque tem como princípio elevar a imunidade da pessoa e recuperar as células danificadas. “Além, é claro de toda a riqueza de vitaminas e aminoácidos contidos na fruta”, disse. O concentrado deve ser feito na seguinte proporção: 89% da polpa da fruta e 11% de suco de uva ou goiaba. “Se o paciente fizer em um copo de 100ml deve usar 60% de polpa e 40% de suco de uva ou goiaba”, disse.
A empresária Margarida dos Santos, de 55 anos, já pagou caro pela garrafa de suco comercializada no Brasil. “Comprei a garrafa em São Paulo. Eu sofria de refluxo gastro-esofágico e depois de 15 dias tomando o suco o problema começou a diminuir — já o remédio não tinha adiantado. O bem-estar aumentou, a pele melhorou bastante e meu cabelo parou de cair como vinha acontecendo de forma dramática. Já tomo o suco há três meses, de manhã em jejum”, informou.
Francisco Leal alertou, porém, que cada caso é um caso. O paciente deve procurar orientação de um fitoterapeuta, para não correr o risco de usar medidas diferentes ou simplesmente não saber o tempo correto do tratamento. O setor de agronomia da UFPI conta hoje com pouco mais de cem plantas de noni e distribui mudas, em pequena quantidade, para a população.
Produto ainda não tem registro na Anvisa
A popularidade do Noni em alguns países está intimamente ligada ao seu poder terapêutico. Em 2003, a fruta virou febre nos Estados Unidos, que por lá, é misturada com blueberry ou cranberry. Em tempo: o cranberry, uma frutinha vermelha do Hemisfério Norte, é parente da groselha e, acredita-se, do cupuaçu. De acordo com estatísticas de 2003, uma garrafa do suco era vendida a cada dois segundos (ou menos) pelo mundo afora — sem falar das cápsulas e dos chás. Muitas pessoas também revendem o suco na Internet.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa - informou, em maio de 2007, que o noni não possui histórico de consumo no Brasil e, portanto, a comercialização de qualquer alimento contendo esse ingrediente só será permitida após a comprovação de sua segurança de uso e registro na Anvisa. Ressaltou ainda que, de acordo com o artigo 56 do Decreto-Lei nº. 986/69 os produtos com finalidade terapêutica ou medicamentosa não são considerados alimentos.
A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás e de vários outros estados brasileiros proibiram a comercialização do suco vendido no Brasil, exatamente por causa da não comprovação da segurança da Anvisa. Controvérsias à parte, quem faz uso do suco do noni diz que seus efeitos são únicos e não se arrependem de tomar, diariamente.
Fonte: Katiúscia Alves / Jornal O Dia
Edição: Portal O Dia
Repórter: Portal O Dia
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