sexta-feira, 26 de abril de 2013

MAPI debate saúde para a terceira idade no Rio de Janeiro


“Um homem pode viver 120 anos”, afirmou o urologista Carolino Santos, presidente do diretório de Maricá (RJ), nesta quarta-feira (24/4), na abertura do ciclo de palestra que o Movimento dos Aposentados, Pensionistas e Idosos do PDT (MAPI), realiza sobre saúde para a terceira idade, no auditório da Fundação Leonel Brizola–Alberto Pasqualini, Centro do Rio de Janeiro.
O encontro contou, também, com a participação do médico Edson Paim, que preside o MAPI de Niterói. Para ele, a definição da Organização Mundial da Saúde peca, porque ignora o ambiente. “Uma boa definição seria aquela que a saúde é o perfeito equilíbrio entre o organismo humano e o ambiente”, disse.
Carolino Santos, com vasta experiência profissional no interior do Brasil, assegura que se vive ou se morre pela boca. Segundo uma pesquisa recente, no início da Era Cristã, a faixa etária era de 30 anos; na época da descoberta do Brasil, chegou a 45 anos; na década de 70, veio para 75 anos. Hoje, como temos uma alimentação farta, boa, a expectativa de vida ultrapassa os 80 anos: “para pacientes com 70 anos eu falo para que devem procurar um pediatra”.
O que leva à ocorrência do câncer de próstata – principal tormento do homem ao atingir a terceira idade – é um desafio para a medicina. 80% dos homens com mais de 80 anos têm câncer de próstata; mas como sua evolução é lenta, pode ser freado, curado, o paciente pode viver, tranquilamente, mais 15 anos, 20 anos.
Segundo Carolino, algumas pesquisas realizadas, por continentes, verificaram que a ocorrência de câncer de próstata entre os negros africanos que moram no Brasil é maior que os residentes na África; que, entre os asiáticos sua incidência era muito pequena; mas quando ele vinha para a América, aumentava. Pensaram em genética e em alimentação (lá se come muita soja e aqui, pouca).
Eles perceberam que os indivíduos pesquisados aumentavam ou reduziam o aparecimento desta doença, de acordo sua localização. Os asiáticos comem muita soja e tomate, que contêm betacaroteno, o que poderia ser um preventivo. Acredita-se, também, que o uso do selênio pode reduzir consideravelmente o aparecimento do câncer de próstata; mas, na América tinha uma quantidade de muito pequena. “E aonde se encontra selênio? Na castanha-do-pará”. Mas isto ainda é coisa de estudo, alertou Carolino.
Para Edson Paim, a saúde é definida como homeostasia, que é estado de equilíbrio do organismo como um todo: dos órgãos e das próprias células, sendo que estas se relacionam com o ambiente. “Elas recebem alimentos e têm eliminações também; e todos os rejeitos deste majestoso laboratório têm que ser eliminados. Para que esta tarefa seja efetuada com perfeita harmonia, é fundamental que cada um de nós beba, por dia, mais de dois litros de água. E para isto, existe uma regra básica: beber água sem estar com sede; por hábito; e nunca esquecer da garrafinha na mochila”.  
Para Paim, dietas alimentares para emagrecimento quase todas são furadas, porque são centradas em alguns alimentos; quando o ideal é se usar grande variedade, o que amplia o leque de elementos essenciais ao organismo humano. Comer em quantidade mata a fome, mas não mata a fome de determinadas células que têm necessidades específicas. Dieta para longevidade é restrição calórica: comer pouco, pois as células se adaptam; mas para fazer este tipo de dieta é necessário ampla variedade de alimentos: “você comer dez ou 15 tipos de alimento é mais eficaz que cinco; e pode também usar os complementos alimentares”. Sobre este tema, ele indica o endereço de seu blog http://emdiacomalimentacap.blogspot.com.br/, que está sempre atualizado, como diz orgulhosamente.
Como sempre trabalhou na rede pública, hoje, seu outro interesse está nos traumas que ocorrem no dia a dia do idoso. Considera que a locomoção recebe pouca atenção no tratamento geral da terceira idade: não se leva em conta que, muitas vezes, os ossos envelhecem mais que nós. Alerta para a necessidade do consumo de leite para reposição de cálcio, “embora defensores de algumas dietas exóticas digam que o homem é o único mamífero que bebe leite até a fase adulta; e, por isso, preconizam sua restrição absoluta”.
O comportamento de risco não é bom para os idosos. Isto ocorre principalmente na residência, onde se deve ter cuidado com os pisos, móveis e iluminação. Durante a noite, é primordial que se deixe a luz acesa.
“Quando falo em prevenção, me refiro principalmente ao pedestre, que nunca deve atravessar uma rua sem ter noção plena de que não vem qualquer veículo – principalmente os aparentemente menos perigosos, como as bicicletas. Se você chegar ao sinal e ele já estiver verde para você, não atrevesse; espere abrir novamente, porque poderá ter que correr quando acabar o tempo”, conclui Paim

terça-feira, 23 de abril de 2013

Niterói e São Gonçalo: 36 casos de estupro em um mês

 Por: Marcelo Almeida 23/04/2013

Números são referentes a fevereiro. Polícia investiga outros crimes que teriam sido cometidos por acusado de violentar estudante de 16 anos na Rodovia Niterói-Manilha

De acordo com o último levantamento do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP-RJ), em um mês São Gonçalo teve 22 casos de estupro e Niterói 14. Os números são referentes a fevereiro. Na última segunda-feira, policiais da 73ª DP (Neves) apresentaram mais um acusado de praticar este tipo de crime. Erenildo Machado Sarnento, de 33 anos, foi preso na tarde de domingo, acusado de abusar sexualmente de uma estudante de 16 anos às margens da Rodovia Governador Mário Covas (BR-101), na altura do bairro de Porto Novo. No momento da prisão, segundo a polícia, ele estava nu e com um canivete na mão.
Policiais da 74ª DP (Alcântara) investigam a possibilidade de Erenildo ter estuprado também uma adolescente de 16 anos, na manhã da última sexta-feira, no Jardim Bom Retiro, em São Gonçalo. A vítima, na ocasião, foi abordada quando seguia para escola por um motociclista com capacete que a levou para um local deserto e a violentou.
Os agentes pedem para que a vítima ligue para o Serviço Disque Denúncia (2253-1177) ou compareçam na delegacia para fazer o reconhecimento formal do suspeito, que é importante para o avanço das investigações.
“Quem comete esse tipo de abuso sexual, tem isso como hábito. Costuma ser uma prática frequente. Assim, ele pode ter cometido vários outros crimes do mesmo tipo naquela região, ou em outras”, explicou um dos policiais responsáveis pelo caso.

Identificação – A vítima estuprada no domingo fez o reconhecimento do suspeito na delegacia e, por esse crime, ele foi autuado em flagrante por estupro. Anteriormente, Erenildo já tinha sido preso por assalto à mão armada. Em depoimento, a estudante disse que seguia pela BR-101 com um casal de amigos quando foi abordada por Erenildo, que golpeou a cabeça do seu amigo com um pedaço de madeira. Enquanto ele a segurava e a levava para um mangue, sua amiga correu para pedir socorro. A estudante foi levada para o Pronto-Socorro de São Gonçalo (PSSG), no Zé Garoto, onde foi medicada.


O FLUMINENSE

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Edifício é impactado pelo Mergulhão da Avenida Marquês de Paraná



Moradores dizem que obras na via do Centro causam danos em prédio na Rua Euzébio de Queiroz. Cisterna em condomínio apresenta fissuras, que ocasionam vazamento de água


Os transtornos de uma obra iniciada em maio de 2011 vão além dos impactos viários no trânsito da cidade. As intervenções para construção do Mergulhão da Avenida Marquês de Paraná modificou a vida do niteroiense e, de igual forma, de 16 moradores de um condomínio da Rua Euzébio de Queiroz. “Passados quatro meses de obras detectamos que nossa conta de água subiu de R$ 570 para R$ 3 mil. Fomos até a concessionária, onde nos alertaram para um possível vazamento, chamamos uma empresa especializada e o técnico checou toda a rede de abastecimento, bem como de esgoto, entretanto, não encontrou nada. Esvaziamos a cisterna e lá ele constatou quatro fissuras”, relatou Cátia Tinoco de Carvalho, de 34 anos, proprietária de um dos apartamentos do residencial.
“O profissional nos advertiu, inclusive, para o fato da água estar vazando para o solo, deixando o prédio sob risco de instabilidade. Levamos o laudo até a Defesa Civil, eles vieram e realizaram uma vistoria em setembro do ano passado. Após confirmarem o problema, nos orientaram a procurar a Emusa (Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento) para providenciarem os reparos. No dia 6 desse mesmo mês demos entrada no processo, contudo, até agora nada se fez”, acrescentou.
Ao mesmo tempo, Cátia afirmou que negociou com a Águas de Niterói para comprovar a responsabilidade das obras do Mergulhão no aumento do consumo hídrico do prédio. “Eles levaram isso em consideração até um determinado momento, pagávamos R$ 460 de parcela das contas acima do normal em aberto mais a média do consumo do mensal, porém, tudo mudou”.
“Nosso hidrômetro foi lacrado, pois fomos informados da necessidade de liquidarmos a dívida de R$ 14 mil de imediato, valor somado das cobranças referentes aos meses de janeiro, fevereiro e março. Estamos economizando ao máximo porque no fim de tudo só nos restou, justamente, a água da cisterna, onde existe um vazamento de dez centímetros por hora que provoca um encharcamento grande do terreno”, detalhou.

Impasse – A Águas de Niterói comunicou que técnicos da concessionária estiveram no edifício e constataram o problema através de testes realizados na cisterna, onde foram percebidos pontos de vazamento, sendo necessária a contratação de uma empresa para recuperação do reservatório.
A companhia sustentou, ainda, que viabilizou deduções ao imóvel nas referências 09/2011 a 12/2012. “Durante todo esse período o excesso consumido, devido ao problema, foi suportado pela concessionária. Como o condomínio não providenciou o reparo, A Águas de Niterói, a partir da referência 01/2013, faturou as contas pelo consumo medido”.
De acordo com a concessionária, para que o abastecimento hídrico do prédio seja restabelecido, o condomínio deve renegociar o débito. “Águas de Niterói concedeu tempo suficiente e assumiu o desperdício durante mais de um ano para que se pudesse contratar uma empresa. É imprescindível reformar a cisterna, pois não adianta negociar o débito atual e nas próximas contas o consumo continuar elevado devido ao vazamento”, pontuou.
Já a Defesa Civil municipal confirmou que realizou uma vistoria no edifício em setembro de 2012 e um laudo sobre o problema foi emitido pelo órgão em fevereiro deste ano.  Após a vistoria, o órgão argumentou que alertou para o risco estrutural por conta do vazamento da cisterna. No entanto, “como a obra é particular, os reparos são de responsabilidade única e exclusivamente dos moradores”.
Apesar do laudo do órgão alertar sobre o risco estrutural do imóvel, a Defesa Civil afirmou que o documento “não traz informações sobre interdição do prédio, apenas a necessidade de realizar o reparo”.
Mesmo sem uma implicação direta das obras do Mergulhão da Marquês do Paraná nos danos da cisterna do condomínio, Cátia Carvalho assegurou não ter dúvidas da relação. “Em 2010 fizemos a reforma de todo o nosso sistema de esgoto e abastecimento, trocamos o hidrômetro, assim como impermeabilizamos a cisterna. De madrugada, quando as estacas batiam no chão, a vizinhança inteira tremia”, lembrou.

O FLUMINENSE