Rio de Janeiro - Os pescadores que diariamente vão para o mar buscar o sustento das famílias saíram hoje (29) em suas embarcações para homenagear São Pedro, o padroeiro da categoria. A procissão, que há mais de 40 anos sai da Praia de Jurujuba, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, este ano reuniu mais de 100 embarcações enfeitadas com bandeirinhas e balões coloridos.
A imagem de São Pedro foi levada em uma traineira. Antes, porém pescadores e fiéis da Igreja Católica participaram de uma missa campal. "É o dia que o pescador dedica para agradecer pela fartura na pesca e pela sua segurança em alto mar, já que sua profissão é muito arriscada. Por isso, é motivo de muita emoção", definiu o organizador da festa, Roberto Basílio.
Nascido e criado em Jurujuba, o pescador Anrilson Antônio, de 40 anos, o Didi, também afirmou que, no dia de São Pedro, os pescadores vão para o mar pedir fartura no pescado e segurança. "Essa comemoração, para o pescador, é muito importante, porque, quando a gente está no mar, é preciso ter fé. A gente vive dependendo da ajuda divina e também dos próprios companheiros, que sempre ajudam aquele que está em dificuldade, disse ele, emocionado, ao falar da fé no pescador Pedro.
Segundo relato da Bíblia católica, o pescador Pedro conheceu Jesus quando este pregava para a multidão. Ao final da fala, Jesus teria aconselhado Pedro a pescar em águas mais profundas, e o resultado foi uma pescaria extraordinária com as redes arrebentando devido à grande quantidade de pescado.
Didi também falou das dificuldades da profissão. Segundo ele, o único incentivo do governo é o seguro-desemprego, correspondente a um salário mínimo pago na época de reprodução da sardinha, o chamado período de defeso, em que a pesca é proibida. "Só que, para receber esse dinheiro, é preciso estar com a documentação do barco e a licença da Capitania dos Portos em dia. Então, isso dificulta, porque muitos pescadores não têm estudo e não conseguem tirar os documentos exigidos."
O secretário estadual de Agricultura e Pesca, Cristino Áureo, não foi encontrado no fim de semana pela Agência Brasil para falar sobre a atividade pesqueira no Rio de Janeiro.
Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
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