Ressaca invade pistas das orlas do Rio e de Niterói, provocando estragos
30/05 às 00h20 O Globo RIO - Um ciclone extratropical, que chegou à cidade junto à frente fria na última sexta-feira, provocou ondas de três a quatro metros e meio nas praias do Rio e de Niterói. Mas dessa vez, além do espetáculo, a força da natureza causou destruição. Na Praia de Copacabana, na altura do Copacabana Palace, o mar destruiu parte do calçadão e invadiu oito quiosques, que tiveram seus depósitos e banheiros invadidos pela água. Eles ficarão interditados por tempo indeterminado. Em Niterói, o calçadão da Praia das Flechas foi quebrado, e as grades de proteção, arrancadas.Em Maricá, o mar invadiu a lagoa. E, em Saquarema, um campeonato de surfe chegou a ser adiado por causa do mar agitado demais . Morador de Niterói, o coronel da Aeronáutica Noel Baranowski contou que os pedaços de concreto do calçadão foram parar no meio da rua.
- A força da água os levou para o asfalto, impedindo a passagem dos carros.
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A prefeitura de Niterói informou que está avaliando a área destruída para começar o trabalho de reconstrução o mais rápido possível. A Companhia de Limpeza de Niterói (Clin) disse que vai esperar a maré baixar para iniciar a limpeza na Praia das Flechas.
No Leblon, em frente ao Posto 11, o mar invadiu as pistas nos dois sentidos da Avenida Delfim Moreira, assustando os frequentadores da orla, mas também atraindo muitos curiosos.
Segundo Paulo Rosman, professor da Coppe/UFRJ, não é raro que as ressacas atinjam a Baía de Guanabara.
- As que vêm do Sul com desvio para o Sudoeste, como esta, são as mais comuns. O diferencial, nesse caso, é o ângulo no qual as ondas entram na Baía de Guanabara. Ele determina o tamanho das ondas em Niterói - esclareceu Rosman.
Ele acrescenta que 70% das ressacas mais violentas acontecem entre os meses de maio, junho e julho, justamente no outono e no inverno.
As ondas gigantes também atraíram os surfistas, mas Igor Morais, atleta profissional e campeão carioca, diz que onda grande não é sinônimo de onda boa:
- O mar estava mais para aventura do que para o surfe. O mar estava confuso, mexido.
Desde domingo, a Comlurb retirou 65 toneladas de areia do asfalto nas praias de Copacabana, Ipanema e Leblon. Cem homens realizam o trabalho com a ajuda de pás mecânicas, tratores, varredeiras, dois caminhões-basculante e um caminhão-pipa. Apesar dos transtornos, o Corpo de Bombeiros afirmou que não houve feridos nas praias.
De acordo com Aline Tóchio Angelo, do Climatempo, embora o ciclone extratropical já tenha saído do país, as praias devem permanecer com as ondas grandes até esta segunda. A tendência é que na quarta elas voltem ao tamanho de aproximadamente um metro.
Equipes da Coordenadoria de Conservação vão realizar hoje uma inspeção em toda a orla para fazer um levantamento detalhado das áreas afetadas e iniciar os reparos emergenciais.