domingo, 28 de março de 2010
Speed não merecia ter morrido desse jeito', diz Marcelo D2
Rapper foi encontrado morto em Niterói na madrugada desta sexta (26).
'Ele era um cara muito intenso, me incentivou a cantar', lembra D2.
Amauri Stamboroski Jr. Do G1, em São Paulo
Cláudio Márcio de Souza, o rapper Speedfreaks. (Foto: Divulgação)
"Ele era um cara muito bom, não merecia morrer desse jeito", desabafa Marcelo D2 sobre o amigo Cláudio Márcio de Souza Santos, o rapper Speed, que foi encontrado morto na madrugada desta sexta (26), no bairro de São Lourenço, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Segundo a polícia, o corpo de Speed e mais uma pessoa foram encontrados com marcas de tiros em um valão da Rua Capitão Evangelista.
"Conheço ele há 25 anos, nem lembro como foi que a gente se conheceu. Ele era um cara muito intenso, e me incentivou muito a começar a cantar", recorda D2 em entrevista por telefone ao G1.
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Abalado com a morte do amigo, ele lamenta por não poder comparecer ao enterro, às 15h deste sábado (27). "Estou preso no aeroporto de Salvador, só chego no Rio às 17h, queria muito ir ao enterro".
D2 tem uma apresentação marcada para este sábado no Citibank Hall, no Rio, e diz que deve homenagear Speed. "´P*, não é um bom momento para fazer um show", desabafa.
'Cara de artista'
O rapper gravou faixas com Speed em seu trabalho solo, incluindo uma inédita que ficou de fora de seu último álbum, "A arte do barulho", de 2008. Apesar do clima de luto, D2 lembra de bons momentos ao lado do amigo.
"Quando a gente estava começando, não tinha grana, queríamos entrar em uma festa de graça. Ele chegou pra mim e disse 'me imita que a gente entra. Enche o peito e faz cara de artista que a gente passa'. Deu certo. Até hoje a gente fazia essa brincadeira um com o outro: 'Faz cara de artista!'", recorda.
Outros colegas do rapper, como o paulsitano Kamau, também lembraram da importância de Speed. "Ele foi um pé na porta, trouxe uma nova linguagem para o rap. Ele tinha muita coisa para contar. Com certeza serviu como referência".
Daniel Ganjaman, produtor musical e membro do coletivo Instituto, conta que Speed foi importante na história do rap brasileiro. "[A morte foi] lamentável, inacreditável. Acho ele um dos caras que tinha as letras mais inteligentes do rap no Brasil, ao lado do Black Alien. A parceria dos dois foi histórica.
Na época que eles apareceram, há dez, quinze anos atrás, não tinha nada de parecido. Se você ouvir até hoje, é algum incrivelmente atual. Além disso ele era um grande músico, baixista fenomenal, um autodidata".
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